Mauricio de Sousa chega aos 90 anos hoje e com motivos de sobra para celebrar. Criador da Turma da Mônica e de um universo que atravessou gerações, o cartunista transformou o jeito como o Brasil lê, aprende e se diverte.
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De Mônica e Cebolinha a Magali, Cascão e Chico Bento, seus personagens não são apenas ícones dos gibis: são parte da infância e da alfabetização de milhões de brasileiros.
E a homenagem vem também das telas. O longa “Mauricio, a história que mudou o mundo”, previsto para estrear em 2026, vai narrar a trajetória do artista — e será protagonizado por Mauro Sousa, um de seus filhos. O filme vai revisitar desde os tempos de desenhista no Folha da Manhã até a criação do estúdio que se tornou símbolo da cultura nacional.
Um legado que ultrapassa o papel
Mais do que entreter, Mauricio de Sousa ajudou a formar leitores. Suas histórias, coloridas e acessíveis, introduziram crianças ao hábito da leitura, muitas vezes antes mesmo da escola.
Mas, além dos rostos mais conhecidos da Turma, há diversos personagens igualmente ricos e importantes, que traduzem o olhar múltiplo do autor sobre o Brasil.
Pensando nisso, o Seu Dinheiro selecionou nove personagens que merecem ser lembrados. São figuras que, embora menos badaladas, ajudaram a construir a história e o imaginário de um dos maiores escritores do país.
1. Louco: o alter ego da imaginação
Uma das criações mais ousadas de Mauricio, o Louco é pura liberdade criativa. Aparece em histórias com Cebolinha, brincando com o absurdo e desafiando a lógica das tramas — quase uma caricatura da mente do próprio autor.
2. Chovinista: o extraterrestre politicamente incorreto
Chovinista é um alienígena atrapalhado que vive se metendo em confusões na Terra. Irônico e sarcástico, ele servia como espelho do comportamento humano, com críticas sutis à hipocrisia e ao consumismo.
3. Zé Vampir: o terror mais simpático do mundo
Companheiro do Penadinho, o Zé Vampir é um vampiro tímido, desastrado e de coração mole. Apesar do visual assustador, é um dos personagens mais doces do cemitério e prova de que até monstros podem ter alma.
4. Jotalhão: o gigante gentil
O elefante verde criado por Mauricio de Sousa é um símbolo de generosidade e paz. Jotalhão se tornou um ícone pop nos anos 1980, quando estrelou comerciais do molho de tomate Elefante.
5. Horácio: o dinossauro filósofo
O Horácio é talvez o personagem mais íntimo de Mauricio. Um pequeno tiranossauro-rex vegetariano que vive dilemas existenciais e questiona o sentido da vida. Suas tirinhas são poéticas e reflexivas.
6. Penadinho: o fantasma que sente saudades
Penadinho mora num cemitério, mas suas histórias falam sobre amizade, amor e aceitação. O humor leve e o toque melancólico fazem dele um dos personagens mais sensíveis e carismáticos da Turma.
7. Pelezinho: o menino que driblou o tempo
Inspirado em Pelé, Pelezinho surgiu no fim dos anos 1970 e levou o futebol para as páginas dos gibis. Com espírito justo e brincalhão, ele ajudou a popularizar o esporte entre crianças e marcou uma geração.
8. Papa-Capim: o defensor da floresta
Protagonista de histórias ligadas à natureza e à vida indígena, Papa-Capim foi um dos primeiros personagens brasileiros a tratar de meio ambiente e cultura ancestral nas HQs. É um lembrete de que a Turma da Mônica também fala sobre Brasil real.
9. Capitão Feio: o vilão que nunca desiste
Antagonista clássico da Mônica, o Capitão Feio é o mestre da sujeira e do caos. Criado nos anos 1970, é um vilão cômico, mas com crítica embutida: a luta eterna entre organização e desordem.
Bônus: Floquinho
O cão do Cebolinha, Floquinho, é o mascote mais icônico e ao mesmo tempo mais enigmático dos gibis. Com seu pelo verde e comportamento excêntrico, virou uma piada recorrente no estúdio: ninguém sabe onde começa nem onde termina o cachorro.
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